domingo, 7 de abril de 2019

O Perigo de Honrar mais aos Homens do que a Deus

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O Perigo de Honrar mais aos Homens do que a Deus 

(1.8,9) 



Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? – diz o Senhor dos Exércitos. Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? – diz o Senhor dos Exércitos (1.8,9). O povo estava tendo mais respeito com as autoridades políticas do que com o Senhor dos Exércitos.

O povo era mais articulado na bajulação aos homens públicos do que na adoração a Deus. Eles não tinham coragem de ofertar ao governador o que estavam trazendo para a Casa de Deus. Eles honravam mais aos homens do que a Deus. Às vezes, ainda hoje, temos mais reverência diante dos homens do que diante de Deus: no falar, no vestir, no agir, na postura.

O povo buscava os favores de Deus, mas não queria agradar a Deus. Se um governador não pode se agradar nem ser favorável com a afronta de um presente indigno e impróprio (animal cego, coxo ou enfermo), quanto mais o Deus dos Exércitos aceitaria os adoradores com ofertas tão aviltantes! A oferta que trazemos nas mãos revela nosso coração. Nossa oferta é uma radiografia do nosso interior

O perigo de oferecer a Deus um culto inútil (1.10) 

Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a vossa oferta. Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras; porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos (1.10). Deus prefere a igreja fechada a um culto hipócrita. É inútil acender o fogo do altar se nele vamos oferecer uma oferta imunda, se nossa vida está contaminada, cheia de impureza e ódio (Mt 5.23-25).

Quando Deus não tem prazer no ofertante, Ele não aceita a oferta. Deus rejeitou a oferta, porque rejeitou primeiro o ofertante. Foi assim com Caim (Gn 4.5). O profeta Samuel disse que obedecer é mais importante do que o sacrificar (1Sm 15.22). Deus disse por intermédio do profeta Isaías: “Não continueis a trazer ofertas vãs, o incenso é para mim abominação [...] não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene” (Is 1.13).
O profeta Amós, nessa mesma linha de pensamento, disse em nome do Senhor: “Aborreço, desprezo as vossas festas e com as vossas assembléias solenes não tenho nenhum prazer [...]. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias da tua lira. Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene” (Am 5.21,23,24). Jesus disse: “Esse povo honra-me com os lábios, mas o coração está longe de mim” (Mt 15.8). Paulo exortou: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).

O perigo de se enfadar do culto divino (1.13) 

E dizeis ainda: Que canseira! E me desprezais, diz o Senhor dos Exércitos; vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? – diz o Senhor (1.13). Quando desprezamos o culto divino, sentimos canseira e não alegria na igreja. Quando fazemos as coisas de Deus na contramão da Sua vontade, encontramos não prazer, mas enfado; não comunhão, mas profunda desilusão. O pecado cansa. Fazer a obra de Deus relaxadamente cansa. Um culto sem fervor espiritual cansa. Quando o culto é desprezado, uma pessoa vem à igreja e fica enfadada. Nada lhe agrada: a mensagem a perturba, os cânticos a enfadam. Ela está enfastiada. O culto passa a ser um tormento, em
vez de ser um deleite. Precisamos ter a motivação correta no culto: tudo deve ser feito para a glória de Deus (1Co 10.31). Há um grande perigo de se acostumar com o sagrado (1Sm 4), de se enfadar de Deus (Mq 6.3), de se cansar de Deus (Is 43.22,23). A geração de Malaquias estava bocejando no culto, resmungando acerca da duração do culto e dizendo: que canseira! Quando desprezamos o culto divino recebemos o completo repúdio de Deus. Ele rejeita o ofertante e a oferta (1.10,13). Deus rejeita o ofertante e sua oração (1.9). Quando nossa vida está errada com Deus, não temos sucesso na oração. Em vez de Deus ter prazer nesse culto, Ele diz que isso é um mal (1.8). Em vez de Deus receber esse culto, Ele diz que ele é inútil (1.10)

O perigo de limitar o poder de Deus (1.5,11,14) 

Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o Senhor também fora dos limites de Israel [...]. Mas desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos [...]. Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações (1.5,11,14). Quando deixamos de reconhecer a majestade de Deus, Ele chama outro povo para si dentre as nações. O Deus dos Exércitos não é uma divindade tribal. Deus não é propriedade de um povo, de um grupo, de uma denominação. Ele não é apenas o Deus dos judeus ou o Deus da nossa igreja, mas o Senhor do universo. Seu nome é grande fora dos limites de Israel (1.5). Deus chama os seus eleitos das nações e Ele julga as nações. Israel o rejeitou, mas não frustrou o Seu plano, pois Deus formou para si um povo santo e o comprou com o sangue de Cristo (Ap 5.9). Todos quantos receberam a Cristo, o Filho de Deus, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus (Jo 1.11-12).



Agora somos um só povo, um só rebanho, uma só família! Quando deixamos de cumprir os propósitos de Deus, Ele levanta outros para ocupar o nosso lugar. Não há pessoas insubstituíveis na obra de Deus. Ele não precisa de nós; nós é quem precisamos Dele. Deus não precisa do nosso culto, nós é quem precisamos cultuá-Lo. Nosso culto não pode fazer Deus melhor nem pior. Ele é perfeito em si mesmo. Se não cumprirmos
nossa missão, Ele remove o nosso candeeiro e chama outro para ocupar o nosso lugar. De uma pedra Deus pode suscitar filhos a Abraão! Deus sem nós, é Deus; nós sem Deus, somos nada. Não podemos perder o tempo da nossa oportunidade! Concluímos, dizendo que Deus espera ser honrado pelo Seu povo por Sua grandeza. Se o povo teme insultar o governador, ousaria desafiar o grande rei persa que o havia nomeado? Pois com muito maior temor e reverência deveriam eles estar ansiosos por agradar Àquele que considera as nações como “um pingo que cai dum balde e reduz a nada os príncipes” (Is 40.15,22).

Deus ainda espera ser honrado pelo Seu povo por Seu amor. Deus requereu ser temido como Senhor, honrado como pai, amado como marido. Qual é o ponto comum, a linha mestra, de tudo isso? Amor! Sem amor, o temor é um tormento e a honra não tem sentido. O temor, se não vem contrabalançado pelo amor, é medo servil. A honra, quando vem sem amor, não é honra, mas adulação. A honra e a glória dizem respeito a Deus, mas nenhum dos dois será aceito por Ele, se não forem temperados com o mel do amor.

O Amor Eletivo de Deus

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O Amor Eletivo de Deus (1.2)


Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? – disse o Senhor; todavia, amei a Jacó (1.2). O profeta Malaquias, nesse versículo, destaca três verdades solenes sobre o amor eletivo de Deus. Em primeiro lugar, é um amor declarado (1.2). Nenhuma outra nação foi tão privilegiada diante de Deus quanto Israel. Ele escolheu essa nação, fez uma aliança com ela e a destinou para uma missão especial.32 O amor de Deus pelo Seu povo é um amor deliberado e imutável (3.6). Era como o amor de um esposo pela esposa (2.11) ou de um pai pelo filho (1.6; 3.17). A escolha de Jacó foi motivada por um amor imerecido (Rm 9.13).

O mesmo acontece conosco. Deus não nos amou por causa das virtudes que viu em nós (Os 11.1). A causa do amor de Deus está Nele mesmo e não em nós. Deus escolheu Israel não porque era a maior ou a melhor nação. Jesus disse: “Não fostes vós que me escolhestes a mim, pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros” (Jo 15.16). Deus escolheu Jacó antes dele nascer. Deus não nos elegeu porque previu que iríamos crer. A fé não é a causa da eleição, mas sua conseqüência (At 13.48). Deus não nos escolheu porque viu em nós boas obras, ao contrário, fomos eleitos para as boas obras e não por causa delas (Ef 2.10). Deus não nos escolheu porque viu em nós santidade; Ele nos escolheu para a santidade e não por causa dela (Ef 1.4). Deus não nos elegeu porque viu em nós obediência, mas fomos eleitos para a obediência e não por causa dela (1Pe 1.2).

Francisco destaca o fato de que em lugar nenhum o Antigo Testamento ensina que Jacó era mais digno de ser amado do que Esaú, ou que agradava mais a Deus. Na verdade, Deus amou Jacó apesar da sua insignificância (Dt 7.7,8). Amou-o porque Lhe aprouve fazê-lo (Dt 10.15).33 Mas o amor de Deus por Seu povo é também um amor paciente. Deus amou Jacó, mas ele foi um homem enganador: ele enganou o irmão e mentiu para o pai. Muitas vezes, o povo de Israel voltou-se contra Deus e o provocou à ira. Mas Deus nunca desamparou o Seu povo. Tratou-o como um pai trata o seu filho. De igual modo, Deus é paciente conosco hoje. Mesmo que sejamos infiéis, Ele permanece fiel!

De  igual forma, o amor de Deus por Seu povo é um amor triunfante. O amor de Deus por Seu povo é um amor contínuo. Ele não disse: “eu vos amei” nem disse: “Eu vos amo”, mas disse: “Eu vos tenho amado”. 

O amor de Deus pelo Seu povo nunca cessou. Deus ama com um amor eterno (Jr 31.3). Deus prova o Seu amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós pecadores (Rm 5.8). Israel afastou-se de Deus, matou os Seus profetas e fechou o coração para Ele. Então, Deus o enviou ao cativeiro, mas depois de cumprido o Seu propósito, tirou-o do cativeiro e restaurou-lhe a sorte. A graça de Deus é maior do que o nosso pecado. Israel ainda é o povo da aliança. 


Deus não desiste de nós. Aquele que começou a fazer boa obra em nós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus! Angelo Gagliardi Jr. diz que a consciência completa, total do amor de Deus por nós, é o remédio, o bálsamo, a resposta a todos os nossos males e dores. Quando temos absoluta certeza de que Deus nos ama, tudo o mais, mesmo os mais graves problemas, tornam-se sem importância.34

Em segundo lugar, é um amor questionado (1.2). Charles Feinberg diz que a raiz de todos os pecados de Israel era a sua falta de consciência do amor de Deus.35 Malaquias destaca duas atitudes do povo em relação ao amor de Deus:
A primeira atitude é a insensibilidade. A raiz do pecado do povo é a insensibilidade ao amor de Deus e à sua própria fraqueza.36 Por causa de seus pecados, eles foram castigados e levados para o cativeiro, mas não viram na disciplina divina um gesto de amor. Essa insensibilidade produziu dúvida, impiedade e relaxamento moral. Eles deixaram de ver a providência divina e de ouvir a Palavra de Deus. Eles foram disciplinados, mas não viram nisso o amor do Pai, ao contrário, sentiram-se injustiçados.37 O pecado sempre encontrará uma porta aberta, onde o amor de Deus é colocado em dúvida.

A segunda atitude do povo em relação ao amor de Deus é a ingratidão. Apesar da declaração e das evidências do amor de Deus por Israel, eles ainda perguntam: “Em que nos tem amado?” (1.2) A ingratidão tem os olhos fechados para a benevolência recebida. 


Quantas vezes nós também questionamos o amor de Deus! Quantas vezes ferimos o coração de Deus com uma atitude de rebeldia e ingratidão (Sl 78.9-17)! O povo de Israel achava certo que Deus julgasse Edom, mas achava injusto que Deus o julgasse. É sempre mais cômodo apelar para o juízo divino contra os outros. Na verdade, o povo que voltou do cativeiro esperava a prosperidade material como recompensa pela sua obediência em voltar.38 O povo ficou insatisfeito, julgando que Deus estava lhes dando pouco. Na verdade, o povo estava dando mais valor às coisas materiais do que às bênçãos espirituais. Em terceiro lugar, é um amor demonstrado (1.2). Deus oferece ao povo três provas insofismáveis do Seu amor.

A primeira prova foi Sua escolha soberana. Deus escolheu Jacó. Deus escolheu Israel. “Tão-somente o Senhor se afeiçoou a teus pais para os amar: a vós outros, descendentes deles, escolheu de todos os povos” (Dt 10.15). Deus escolheu-nos soberanamente. A eleição é um ato da livre graça de Deus. Ele nos escolheu antes dos tempos eternos (2Tm 1.9). 

Ele nos escolheu quando não tínhamos nenhum mérito. Ele nos escolheu em Cristo. A segunda prova foi Sua proteção amorosa. Deus livrou Jacó, salvou-o e o abençoou. Formou um povo, libertou-o e o guiou. Deu-lhe provisão, proteção, a lei, uma terra, uma missão. A terceira prova foi Sua restauração milagrosa. Deus tirou o povo do Egito, guiou-o no deserto e o colocou na terra da promessa. Deus lhes deu Sua Palavra, enviou-lhes profetas, disciplinou-os em sua rebeldia, trouxe-os de volta do cativeiro e os restaurou. Concluímos, então, com as palavras de R. Tuck quando disse que o amor de Deus por Israel é um amor deliberado, paciente e triunfante.

Perigos em Relação ao Culto (Ml 1.6-14)

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Perigos em Relação ao Culto (Ml 1.6-14)



MALAQUIAS INICIA essa mensagem fazendo uma declaração indiscutível: “O filho honra o pai e o servo ao seu Senhor” (1.6). Assim, ele conquista a atenção dos sacerdotes antes de acusá-los.51 A primeira relação envolve afeição e a segunda respeito. Mas os sacerdotes não demonstraram amor nem respeito a Deus.

Desde o início, Deus tratou Israel como um filho amado, tirando-o do Egito, dando-lhe uma herança, proteção, revelação sobrenatural e missão especial. Não obstante Israel ser o filho primogênito de Deus (Êx 4.22), ele tornou-se um filho ingrato (Os 11.1) e rebelde (Is 1.2). Malaquias, também, acusa Israel de uma ingratidão inegável. Como foi que Israel retribuiu ao Senhor Seu amor gracioso? Do amor de Deus, o profeta volta-se para a ingratidão do povo. Deus o tratou como filho, mas Israel não o honrou como pai. Não houve honra nem respeito a Deus. Malaquias ainda fala sobre uma profanação abominável.


O objetivo principal do homem é glorificar a Deus. Por isso, o culto é a essência da vida cristã. Adoração vem antes de missão, pois Deus vem antes do homem. Exatamente o culto foi deturpado e Deus desonrado. Vejamos quais foram os sinais da decadência do culto. O perigo de uma liderança decadente (1.6,7O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? – diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível (1.6,7). Malaquias destaca dois graves perigos. Em primeiro lugar, o perigo de fazer a obra de Deus sem andar com Deus.

Os sacerdotes tinham perdido o relacionamento pessoal com Deus. Eles eram profissionais da religião sem fidelidade à Palavra de Deus e sem vida com Deus. Eles tinham se corrompido doutrinária e moralmente. Eles faziam o contrário do que a Bíblia ensinava. A teologia estava divorciada da vida: chamavam Deus de Pai e Senhor, mas não O honravam nem O respeitavam como tal. A apostasia começa sempre na liderança. As falsas doutrinas começam nos seminários, descem aos púlpitos e daí matam as igrejas. Os antepassados respeitaram a lei (2.5), mas agora a nova geração a desprezava. Pedem a Deus prova do Seu amor (1.2). Querem saber em que desprezam o nome de Deus (1.6).

Querem saber em que têm profanado o nome de Deus (1.7). Eles estão errados e não admitem. Estão cegos, endurecidos e cauterizados (Is 1.2,3). 

O desvio da teologia desemboca no desvio moral: O liberalismo, o sincretismo e a ortodoxia morta desembocam em vida relaxada! Em segundo lugar, o perigo da liderança ser uma maldição em vez de uma bênção. A liderança jamais é neutra: ela é uma bênção ou uma maldição. Concordamos com o ditado: tal líder tal povo. Sempre que a liderança é um exemplo positivo, o povo segue-lhe os passos. Sempre que o líder transgride, ele é um laço para o povo. A liderança é como um espelho.



O espelho para ser útil precisa estar limpo, ser plano e estar bem iluminado. A vida do líder é a vida da sua liderança, mas os pecados do líder são os mestres do pecado. Líderes apáticos produzem crentes mundanos, vazios e omissos. Deus está mais interessado em quem você é do que no que você faz. Vida é mais importante do que trabalho. Piedade é mais importante do que atividade. Vida com Deus é mais importante do que desempenho. O perigo da racionalização (1.6,7)
Dois são os perigos apontados por Malaquias Primeiro, o perigo de praticar o mal sem percebê-lo. 

O profeta Malaquias denuncia o pecado como se estivesse num tribunal. A acusação é feita: Eles não honram a Deus como Pai, não respeitam a Deus como Senhor e profanam a mesa de Deus e mesmo assim, não percebem isso. Segundo, o perigo de não aceitar a repreensão divina. Eles tinham os olhos fechados e o coração endurecido. 

Eles retrucaram: “Em que desprezamos nós o teu nome?” (1.6); “em que te havemos profanado?” (1.7). Joyce Baldwin diz que, muitas vezes, atitudes pecaminosas são pecados ocultos da consciência do pecador.52 No passado, Caim ofereceu a Deus um culto indigno de Deus. Ele foi repreendido, mas em vez de mudar de vida, endureceu-se ainda mais. Caim ofereceu um culto a Deus sem observar os seus preceitos, ou seja, ofereceu um sacrifício incruento. Além disso, Caim ofereceu um culto a Deus com o coração cheio de ódio e inveja (1Jo 3.12). Caim ofereceu um culto a Deus mesmo maquinando e praticando o mal. Caim tentou esconder o seu pecado e livrar-se da sua conseqüência.

Os filhos do sacerdote Eli, Hofni e Finéias, também foram destruídos porque profanaram o culto divino (1Sm 4). Deus alertou Eli três vezes acerca do pecado de seus filhos. Eles faziam a obra de Deus, mas eram adúlteros. Eles oficiavam no altar, mas eram filhos de Belial. Eles carregavam a arca da aliança, mas ao mesmo tempo estavam vivendo em pecado e desobedecendo aos preceitos da lei quanto ao culto. Por isso, Deus os reprovou e eles morreram. 

A liderança deles foi uma tragédia para o povo. Trouxeram maldição sobre o povo em vez de bênção; morte em vez de vida. Coré, Datã e Abirão foram mortos por oferecerem fogo estranho ao Senhor (Nm 16). O culto é bíblico ou é anátema. Culto não é show nem entretenimento para agradar a preferência das pessoas. Deus estabeleceu os princípios para o culto. Transgredir esses princípios é entrar num terreno perigoso.

A grandeza universal de Deus

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A grandeza universal de Deus (1.5) 



Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o Senhor também fora dos limites de Israel (1.5). A grandeza do nome de Deus (1.5,11,14; 2.2) é colocada em contraste com a falta de respeito que o povo tinha por Ele (1.6,12; 2.13,14). A grandeza de Deus é vista em Seus graciosos atos com Israel, Seu povo: Deus elegeu, protegeu, disciplinou e restaurou o Seu povo. 


A grandeza de Deus também é vista em Seu julgamento às nações. As intervenções soberanas de Deus não estão circunscritas apenas ao Seu povo. 

Deus não é uma propriedade da Igreja nem uma divindade tribal, mas o Senhor do universo. Se Israel olhasse mais ao seu redor, reconheceria melhor o amor de Deus, e veria como Deus fora maravilhoso com eles, em contraste com as experiências de outras nações. Israel precisa ver e anunciar a grandeza de Deus em toda a terra.

Concluindo, podemos afirmar que o texto estudado enseja-nos seis lições práticas: Primeira, a sentença de Deus é deveras pesada. Precisamos escolher entre o peso de glória ou o peso da ira.46 Deus disse por intermédio de Amós: “De todas as famílias da terra somente a vós outros vos escolhi, portanto eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades” (Am 3.2). A graça de Deus não é uma licença para pecar, ao contrário, ela nos responsabiliza ainda mais. Maiores privilégios implicam maiores responsabilidades.

Segunda, o amor de Deus é deveras benigno. O amor de Deus é verdadeiro ainda quando disciplina o Seu povo. 

O viticultor castiga a vinha, podando seus ramos para obter mais uvas e uvas de qualidade mais excelente. É uma triste prova da nossa depravação que o amor de Deus é menos confessado onde ele é mais manifesto (1.2).47

Terceira, o soberano e eterno propósito de Deus é o único fundamento de Seu favor a nós. A salvação depende do amor eletivo de Deus. O que deve nos espantar é o fato de Deus ter nos escolhido para Ele, sendo nós ainda pecadores.

A restauração espiritual de Israel não foi fundamentada nas suas virtudes, mas no amor e zelo que Deus tem pelo Seu próprio nome. 

O profeta Ezequiel assim descreve esse fato auspicioso: Mas tive compaixão do meu santo nome, que a casa de Israel profanou entre as nações para onde foi. Dize, portanto, à Casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Não é por amor de vós que eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes [...] Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra. Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.

Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis [...] Não é por amor de vós, fique bem entendido, que eu faço isto, diz o Senhor Deus.48

Quarta, o amor de Deus pelo Seu povo nem sempre é correspondido. A ingratidão fere o coração de Deus, embora não o apague. 

A obediência cheia de gratidão deveria ser um post-scriptum de resposta ao amor de Deus por nós. Seu amor é eterno, infinito, imutável, sacrificial. Deus, ao nos amar, deu-nos o Seu melhor, deu-nos tudo, deu-nos Seu Filho, deu-nos a si mesmo. Quinta, o poder do homem jamais pode reverter a sentença de Deus. É Deus quem edifica e quem derruba. Quando Deus edifica, ninguém derruba; quando Deus derruba, ninguém edifica.49 É impossível lutar contra Deus e prevalecer. Deus é vencedor invicto em todas as batalhas. 

Colocar-se na contramão de Sua vontade é entrar em rota de colisão. Sexta, Deus será glorificado tanto no julgamento do pecado quanto na recompensa da obediência. A glória de Deus é manifesta na salvação do Seu povo e também na condenação dos ímpios que O rejeitam. Tanto o céu quanto o inferno devem manifestar a glória de Deus

Abraão (Caps. 12 - 25).

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Abraão 


(Caps.  12 - 25).


É interessante observar aqui que os primeiros 11 ca­pítulos de Gênesis abrangem mais ou menos 2.000 anos
— espaço quase igual ao de todo o resto da Bíblia. Por- 24
GÊNESIS
que se apressa de tal maneira o Espírito, ao apresentar  os acontecimentos da aurora da história ? Pelo fato, co­mo já vimos em nosso estudo anterior, de ser a Bíblia,  em primeiro lugar a história da redenção, ao passo que a história das nações é um caso dependente daquele. O
Espírito passa ligeiramente por sôbre  todos êsses acon­tecimentos  até  chegar  a Abraão.    detém-se  e  dedica  mais lugar a essa pessoa só do que aos 2.000 anos da his­tória humana anterior.  A razão é evidente. 

O  “Pai dos que  crêem”  desempenha um papel  importante  na  his­
tória da redenção.Voltemos ao capítulo 5. Alí chamamos a atenção à genealogia  de  Noé,  iniciada  com Adão.  Agora voltando
ao capítulo  11:10 - 26  verificamos que esta lista  conti­nua. Deus está ainda guardando um registro dos ante­cessores da “Semente da mulher”. Com o nome de qual
pessoa importante termina  esta  lista  (vers.  26)? Por quê?  (Vide Gên.  12:  - 3).
A promessa de Gên.  3:15 passou a Abraão.  Deus o separou  do  seu  ambiente  pagão,  e  além  de  promessas pessoais, lhe fêz as seguintes promessas nacionais e uni­versais:  (Vide 12:1 - 3).xxxxxxx xxxx

a)  Que lhe seria dada uma terra  (Canaã).
b)  Que seria o pai de uma nação  (Israel).
c)  Que por meio dessa nação nessa terra tôdas as nações seriam  abençoadas.  Em  outras  palavras,  o  Re­dentor prometido em  3:15  viria  de uma nação  descen­dente de Abraão.

Um estudo da vida de Abraão revelará  que  ela é uma vida de fé — fé que foi demonstrada desde a época em que foi chamado até quando lhe foi ordenado o sacri­fício de seu filho, Isaque. Sua vida é uma ilustração do tipo de pessoa que receberia a bênção prometida em 12:3, e uma profecia da verdade, que a salvação seria pela fé. Vide Gálatas,  3:8;  

Romanos capítulo 4.


Neste estudo teremos tempo apenas para dar um li­geiro esbôço da vida dêsse patriarca.  Uma vêz lidos os capítulos, os detalhes se sugerem por si mesmos. Apren­dam os seguintes fatos acêrca de Abraão:

1.  A chamada para ir a Canaã  (Gên.  12:1-5).

2.  A descida ao Egito e os acontecimentos alí  (12: 10-20).

3.  A separação  de  Ló  e  a  libertação  subseqüente dêste último do cativeiro  (13:5-11;  14:14).

4.  Seu recebimento do pacto de Deus  e a sua jus­tificação pela fé  (15:6,  18).

5.  Sua  circuncisão  como  um sinal  do  pacto  (17:9-14).

6. A anunciação do nascimento de Isaque (17:15-19; 18:1-15).

7.  Sua intercessão a favor de Sodoma  (18:23-33).

8.  Sua despedida de Agar e Ismael  (21:14).9.  Seu oferecimento de Isaque.  (22).

10.  Sua escolha de uma espôsa para Isaque (cap. 24).

11.  Seus filhos com Cetura  (Cap.  25:1-4).

12.  Sua morte  (Cap. 25:8)

A Dispersão das Nações

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DISPERSÃO  DAS  NAÇÕES  


(Caps.  10,  11).

Como introdução ao estudo das nações, leia nova e cuidadosamente a profecia de Noé concernente aos seus três filhos  (Cap. 9:24 - 27). O Dr. frank escreve o se¬ guinte a respeito do seu cumprimento : “Estas profecias cumpriram-se  maravilhosamente.  Concernente à descendência de Cão: os egípcios foram castigados com di¬ versas pragas;  a terra de Canaã foi entregue por Deus 800 anos mais  tarde  aos  israelitas  sob  Josué,  que  destruiu muitos  e obrigou o  resto  a  fugir,  alguns  para  a
África e outros para vários países.  As condições atuais do povo na África nós as conhecemos.


Com respeito a Jaféte:  “Alargue Deus a Jaféte”  cumpriu-se no extenso e vasto território possuído por êle

— tôdas as ilhas e países do oeste; e quando os gregos, e depois os romanos, subjugaram a Ásia e a África,  êles então ocuparam as moradas de Sem e de Canaã.
Com respeito a Sem:  “Bendito seja o Senhor Deus de Sem” — isto é, Êle e a Sua igreja morariam nas tendas de Sem; dêle surgiria o Messias; e a adoração do verdadeiro  Deus  seria  preservada  entre  a  sua  descendência, sendo os judeus a posteridade  de  Sem.
Observem as relações entre os capítulos  10 e 11.  

capítulo  10 indica as moradas separadas das raças  e o
capítulo 11 explica como se deu a separação.


Depois do dilúvio os descendentes de Noé, liderado por Nimrode (10:8 - 10), levantaram-se em rebelião contra Deus,  e como manifestação  disso erigiram a Tôrre
de Babel. Era seu propósito organizar uma “liga de na ções” contra Deus. Deus destruiu êsse plano, confundindo a sua língua, e espalhando-os por entre diversos países.
Não se sabe a finalidade exata da Tôrre em si, mas uma coisa sabemos, que o plano dêles foi um ato de rebelião contra Deus. Evidentemente o propósito de Deus era
que os descendentes de Noé se espalhassem e ocupassem os diferentes pontos da terra  (Vide Atos  17:26 e Deut. 32:8). Mas disseram :  “Façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sôbre a face de tôda a terra”.
Quem  foi  o  provável  instigador  dessa  rebelião ?  (Vide cap.  10:8 - 9). Qual era o seu reino?  (Cap.  10:10).  De quem êle é tipo?  (II Tess. 2:3 - 11);  Apoc.  13). Quem
unirá as nações  em rebelião  nos  últimos  dias ?  (Apoc.16:13  -  15).  Babel  (ou  Babilônia)  será  outra  vez  país proeminente nos últimos dias?  (Vide Apoc.  17,  18). Aprendam o esbôço simplificado dos capítulos  10 e 11
:
1.  A unidade da raça e língua.
2.  O local do acontecimento — a terra de Sinar.
3.  O propósito da Tôrre de Babel — ser uni centro
de rebelião contra Deus.
4.  O juízo de Deus — a confusão das línguas.
5.  O resultado do julgamento — a dispersão

Havia agora duas classes de homens no mundo

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DILÚVIO 

(Caps 5 - 9).Havia agora duas classes de homens no mundo, os ímpios, Caimitas, e os piedosos, Setistas.  (Vide 4:25-26). A linhagem escolhida de Sete perdeu a sua separação e uniu-se  pelo  matrimônio  com  os  caimitas.  Resultado: um estado de impiedade na terra que exigia o juízo de Deus.Dos descendentes de Sete somente a família de Noé permaneceu fiel a Deus.  Noé tornou-se o escolhido por meio de quem a promessa da redenção continuou o seu curso até o seu cumprimento. 5:29;  6:8.Notem  a  genealogia  no  capítulo  5.  

(Genealogia  é o registro da descendência de um antecessor).  Começa com Adão e termina com Noé. Encontramos muitas des­sas genealogias na Bíblia . O propósito principal da maio­ria  dessas  genealogias,  como  da  dêste  capítulo,  é  con­servar um registro da linhagem da qual virá a Semente prometida:  Cristo  (Gên. 3:15).Façamos  um  sumário  dos  acontecimentos  princi­pais dêsses capítulos.Aprendam o seguinte :1.  A genealogia de Noé  (Cap. 5).2.  A construção da arca  (Cap. 6).3.  


A entrada na arca  (Cap. 7).4.  A saída da arca (Cap. 8).5.  O pacto com Noé  (Cap. 9).Observem o estado adiantado da civilização ao tem­po do dilúvio (Cap. 4:16 - 21). Os descendentes de Caim foram os edificadores da primeira cidade e os origina­dores  das  principais  artes.  De  que  devem  lembrar-nos aquêles dias ?  (Mat. 24:37 - 39).Deus destruiu o mundo pelo dilúvio e começou uma nova raça com a família de Noé. Prometeu que a terra nunca mais tornaria a ser destruída por um dilúvio e
GÊNESIS23pôs o arco iris como sinal dêste pacto.  

O Senhor reno­vou o encargo impôsto a Adão, a saber: povoar a terra. Há uma solene proibição de assassinato acrescida do avi­so de que  “quem derramar o sangue  do homem,  pelo homem o seu sangue será derramado”.  Isto significa a delegação  de  autoridade  ao  homem  para  governar  os seus semelhantes e para castigar o crime.  Antes disso, somente Deus podia castigar os malfeitores.Mais tarde Noé predisse o futuro de seus três filhos (9:18 - 27)  e apontou Sem como a  semente  escolhida pela qual Deus abençoará o mundo.