domingo, 7 de abril de 2019

O Amor Eletivo de Deus

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O Amor Eletivo de Deus (1.2)


Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? – disse o Senhor; todavia, amei a Jacó (1.2). O profeta Malaquias, nesse versículo, destaca três verdades solenes sobre o amor eletivo de Deus. Em primeiro lugar, é um amor declarado (1.2). Nenhuma outra nação foi tão privilegiada diante de Deus quanto Israel. Ele escolheu essa nação, fez uma aliança com ela e a destinou para uma missão especial.32 O amor de Deus pelo Seu povo é um amor deliberado e imutável (3.6). Era como o amor de um esposo pela esposa (2.11) ou de um pai pelo filho (1.6; 3.17). A escolha de Jacó foi motivada por um amor imerecido (Rm 9.13).

O mesmo acontece conosco. Deus não nos amou por causa das virtudes que viu em nós (Os 11.1). A causa do amor de Deus está Nele mesmo e não em nós. Deus escolheu Israel não porque era a maior ou a melhor nação. Jesus disse: “Não fostes vós que me escolhestes a mim, pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros” (Jo 15.16). Deus escolheu Jacó antes dele nascer. Deus não nos elegeu porque previu que iríamos crer. A fé não é a causa da eleição, mas sua conseqüência (At 13.48). Deus não nos escolheu porque viu em nós boas obras, ao contrário, fomos eleitos para as boas obras e não por causa delas (Ef 2.10). Deus não nos escolheu porque viu em nós santidade; Ele nos escolheu para a santidade e não por causa dela (Ef 1.4). Deus não nos elegeu porque viu em nós obediência, mas fomos eleitos para a obediência e não por causa dela (1Pe 1.2).

Francisco destaca o fato de que em lugar nenhum o Antigo Testamento ensina que Jacó era mais digno de ser amado do que Esaú, ou que agradava mais a Deus. Na verdade, Deus amou Jacó apesar da sua insignificância (Dt 7.7,8). Amou-o porque Lhe aprouve fazê-lo (Dt 10.15).33 Mas o amor de Deus por Seu povo é também um amor paciente. Deus amou Jacó, mas ele foi um homem enganador: ele enganou o irmão e mentiu para o pai. Muitas vezes, o povo de Israel voltou-se contra Deus e o provocou à ira. Mas Deus nunca desamparou o Seu povo. Tratou-o como um pai trata o seu filho. De igual modo, Deus é paciente conosco hoje. Mesmo que sejamos infiéis, Ele permanece fiel!

De  igual forma, o amor de Deus por Seu povo é um amor triunfante. O amor de Deus por Seu povo é um amor contínuo. Ele não disse: “eu vos amei” nem disse: “Eu vos amo”, mas disse: “Eu vos tenho amado”. 

O amor de Deus pelo Seu povo nunca cessou. Deus ama com um amor eterno (Jr 31.3). Deus prova o Seu amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós pecadores (Rm 5.8). Israel afastou-se de Deus, matou os Seus profetas e fechou o coração para Ele. Então, Deus o enviou ao cativeiro, mas depois de cumprido o Seu propósito, tirou-o do cativeiro e restaurou-lhe a sorte. A graça de Deus é maior do que o nosso pecado. Israel ainda é o povo da aliança. 


Deus não desiste de nós. Aquele que começou a fazer boa obra em nós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus! Angelo Gagliardi Jr. diz que a consciência completa, total do amor de Deus por nós, é o remédio, o bálsamo, a resposta a todos os nossos males e dores. Quando temos absoluta certeza de que Deus nos ama, tudo o mais, mesmo os mais graves problemas, tornam-se sem importância.34

Em segundo lugar, é um amor questionado (1.2). Charles Feinberg diz que a raiz de todos os pecados de Israel era a sua falta de consciência do amor de Deus.35 Malaquias destaca duas atitudes do povo em relação ao amor de Deus:
A primeira atitude é a insensibilidade. A raiz do pecado do povo é a insensibilidade ao amor de Deus e à sua própria fraqueza.36 Por causa de seus pecados, eles foram castigados e levados para o cativeiro, mas não viram na disciplina divina um gesto de amor. Essa insensibilidade produziu dúvida, impiedade e relaxamento moral. Eles deixaram de ver a providência divina e de ouvir a Palavra de Deus. Eles foram disciplinados, mas não viram nisso o amor do Pai, ao contrário, sentiram-se injustiçados.37 O pecado sempre encontrará uma porta aberta, onde o amor de Deus é colocado em dúvida.

A segunda atitude do povo em relação ao amor de Deus é a ingratidão. Apesar da declaração e das evidências do amor de Deus por Israel, eles ainda perguntam: “Em que nos tem amado?” (1.2) A ingratidão tem os olhos fechados para a benevolência recebida. 


Quantas vezes nós também questionamos o amor de Deus! Quantas vezes ferimos o coração de Deus com uma atitude de rebeldia e ingratidão (Sl 78.9-17)! O povo de Israel achava certo que Deus julgasse Edom, mas achava injusto que Deus o julgasse. É sempre mais cômodo apelar para o juízo divino contra os outros. Na verdade, o povo que voltou do cativeiro esperava a prosperidade material como recompensa pela sua obediência em voltar.38 O povo ficou insatisfeito, julgando que Deus estava lhes dando pouco. Na verdade, o povo estava dando mais valor às coisas materiais do que às bênçãos espirituais. Em terceiro lugar, é um amor demonstrado (1.2). Deus oferece ao povo três provas insofismáveis do Seu amor.

A primeira prova foi Sua escolha soberana. Deus escolheu Jacó. Deus escolheu Israel. “Tão-somente o Senhor se afeiçoou a teus pais para os amar: a vós outros, descendentes deles, escolheu de todos os povos” (Dt 10.15). Deus escolheu-nos soberanamente. A eleição é um ato da livre graça de Deus. Ele nos escolheu antes dos tempos eternos (2Tm 1.9). 

Ele nos escolheu quando não tínhamos nenhum mérito. Ele nos escolheu em Cristo. A segunda prova foi Sua proteção amorosa. Deus livrou Jacó, salvou-o e o abençoou. Formou um povo, libertou-o e o guiou. Deu-lhe provisão, proteção, a lei, uma terra, uma missão. A terceira prova foi Sua restauração milagrosa. Deus tirou o povo do Egito, guiou-o no deserto e o colocou na terra da promessa. Deus lhes deu Sua Palavra, enviou-lhes profetas, disciplinou-os em sua rebeldia, trouxe-os de volta do cativeiro e os restaurou. Concluímos, então, com as palavras de R. Tuck quando disse que o amor de Deus por Israel é um amor deliberado, paciente e triunfante.

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